“O humor de Vrindavana nunca será o de Dvaraka. Em Vrindavana, Krsna está à vontade para tocar Sua flauta e usar sua pena de pavão, além de manifestar Sua linda forma curvada em três partes como manmatha- manmathah, o encantador de cupido. Entretanto, não é conveniente fazer isso em Dvaraka, muito menos realizar a rasa-lila. O que Suas rainhas pensariam se Ele começasse a dançar com as gopis à beira-mar em Dvaraka? Por isso, as gopis jamais irão a Davaraka, assim como Krsna em Seu aspecto original e pleno, nunca esteve lá. Em Dvaraka, Ele sempre será Vasudeva, e como o próprio Krsna, Ele será eternamente Vrajendra-nandana Syamasundara. Igualmente, Krsna não pensa em deixar Vrindavana, nem mesmo por um instante sequer!
Vrindavanam parityajya padam ekam na gacchati
‘Krsna jamais dá sequer um passo fora de Vrindavana.’
Srila Jiva Gosvami e Srila Rupa Gosvami citam os Puranas para provar que Krsna, em seus momentos finais no planeta, logo após ter derrotado e matado Dantavakra, deixou Dvaraka rumo a Gokula, onde se encontrou com todos os Vrajavasis. Derramando lágrimas de dor, abraçou todos e logo depois se divertiu na companhia dos gopas e das gopis. Alguns dias depois, retornou a Goloka Vrindavana levando consigo Seus associados, entre eles: Nanda Baba, Yasoda, todas as mães, sakhis, sakhas, e toda Sua Vrindavana-bhumi. Foi dessa forma que Vrajendra-nandana Syamasundara adentrou Sua aprakata-lila (Seus passatempos imanifestos), e ao mesmo tempo retornou a Dvaraka sob sua forma de Vasudeva. Essas verdades são extremamente secretas.
De forma semelhante, uma vez por ano, Jagannatha-deva vai à Vrindavana. Sua rainha Vimala Devi (Laksmi Devi), representa Satyabhama, Rukmini, e todas as demais rainhas de Dvaraka, onde Jagannatha reside constantemente. Porém, uma vez ao ano, ansiando ir a Vrindavana, Ele realiza algo para conquistar o que deseja.”
Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
A Origem do Ratha Yatra
Fotos do belo Ratha Yatra 2015 em São Paulo, Brasil