Parama-pujyapada Sri Srimad Bhakti Raksaka Sridhara Gosvami Maharaja pregou suddha-bhakti (devoção pura) e nama-sankirtana (as glórias dos santos nomes) por todo o mundo. Ele foi um dos proeminentes servos íntimos de Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Gosvami Prabhupada, o fundador de todas as Gaudiya Mathas. Srila Bhakti Raksaka Sridhara Maharaja nasceu em 10 de outubro de 1895, em uma educada e respeitada família de brahmanas na aldeia de Hapaniyam, no distrito de Barddhaman, no oeste da Bengala. O nome do seu pai era Sri Upendracandra Bhattacarya e o nome de sua mãe era Sriyuta Gauribala-devi. Durante sua infância chamava-se Ramendracandra Bhattacarya.
Desde jovem, ele era uma pessoa muito grave, honesta, pacífica e religiosa, cuja inteligência era muito aguçada. Após obter o seu diploma do ensino médio, matriculou-se na faculdade de Direito, mas antes de terminar seus estudos se juntou ao movimento de Gandhi contrário aos ingleses. Nesse momento, ele encontrou jagad-guru Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Gosvami Parbhupada e se tornou muito apegado ao seu poderoso harikatha (palestras sobre Deus) e a sua lógica e instruções filosóficas.
Ele renunciou completamente à sua casa e família em 1926, abrigando-se aos pés de lótus de Srila Sarasvati Prabhupada. Após ter recebido iniciação harinama e diksa, seu nome mudou para Sri Ramanada dasa Adhikari. Ele era muito erudito, perito em Sânscrito, Bengali, Hindi, e Inglês. Sob a ordem de Sarasvati Prabhupada, ele propagou a mensagem de Sri Gaura (Caitanya Mahaprabhu) em Chennai (Madras), Mumbai (Bombay), Delhi e outras cidades proeminentes situadas ao Norte da Índia.
Em 1930, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura lhe deu tridandi-sannyasa (voto de renúncia), e Ele então se tornou conhecido como Sri Srimad Bhakti Raksaka Sridhara Maharaja. No momento do desaparecimento de Srila Sarasvati Prabhupada, este o instruiu a cantar “Sri Rupa Manjari Pada”. Vendo isso, todos os seus irmãos espirituais compreenderam sua posição exaltada. Os stotras que ele compôs em sânscrito são ainda hoje cantados em várias Gaudiya Mathas.
Após Srila Sarasvati Prabhupada entrar em aprakata-lila (passatempos imanifestos), nosso mais adorável Gurudeva (Srila Bhakti Prajnana Kesava Gosvami Maharaja) estabeleceu a Sri Devananda Gaudiya Matha em Sri Navadvipa-dhama, junto a Srimad Raksaka Sridhara Maharaja, Sri Narahari Prabhu e outros irmãos espirituais. A partir de então, ele começou a pregar os ensinamentos de suddha-bhakti-dharma de Sriman Mahaprabhu. Após algum tempo, Srimad Sridhara Maharaja estabeleceu a Sri Caitanya Sarasvati Matha.
Srila Sridhara Maharaja era o mais elevado erudito siddhanta-mahapurusa, e ele deu sannyasa (voto de renúncia) para muitos de seus irmãos espirituais após o desaparecimento de Srila Sarasvati Prabhupada. Entre estes, os proeminentes são: Paramaradhyatama Sri Gurudeva, Srimad Bhakti Aloka Paramhamsa Maharaja, Srimad Bhakti Kamala Madhusudana Maharaja e Srimad Bhakti Kusala Narasimha Maharaja.
A seguir, uma bela citação sobre Vrindavana, extraída do livro “O Vulcão Dourado do Amor Divino”, uma das mais importantes obras escritas por Srila Bhakti Raksaka Sridhara Gosvami Maharaja.
“Vrindavana, o plano mais elevado da divindade, é um estado de consciência. Vrindavana, terra da simplicidade e amor divino, está acima do plano de respeito e reverência encontrado em Vaikunta. A peculiaridade dos habitantes deste plano superior de consciência é que não sentem que estão em Vrindavana. É aprakrta, supramundano.”
” Tudo só pode ser compensado através do amor. Um ditado indiano diz que a mãe afetuosa pensa que seu filho cego tem belos olhos. Ela está cega de afeição. Por isso, o que é mal e inferior, só pode ser compensado pelo amor- que brilha maravilhosamente! É prema, amor divino! Um rei pode vir a brincar com um menino na rua por misericórdia, por pena, ou por graça. A afeição torna isso possível. A diferença entre superior e inferior desaparece em tal estágio.
Os habitantes de Vrindavana se consideram pessoas comuns. Isso é jnana- sunya- bhakti, amor divino livre de qualquer cálculo, que não considera até mesmo a opulência e o poder do Senhor. Essa devoção está acima de Vaikunta e funciona sob o encanto de Yogamaya, a potência encantadora espiritual.
A arte especial de Yogamaya faz com que os que estão situados na posição mais elevada se considerem bem insignificantes. O amor remove a diferença entre grande e pequeno, superior e inferior. Vrindavana é esse plano de existência. É onde se encontra a devoção livre de qualquer traço de avaliação (jnana- sunya- bhakti). Mesmo os habitantes de Vrindavana podem não saber sobre sua posição exaltada.
Advaita Prabhu disse a Sri Caitanya Mahaprabu: “Onde quer que estejas lá é Vrindavana” Narottama Dasa Thakura diz que onde quer que esteja um devoto de Krsna, lá está Vrindavana (yata vaisnavagana set sthana vrndavana- Prema Bhakti Candrika). Podemos pensar serem eles aparentemente membros deste mundo comum, mas o objeto de toda sua conversa e comportamento é Vrindavana. Mas mesmo estando em Vrindavana, não se sentem estando lá.
Eles não tem consciência de sua posição exaltada. Quando um rei não tem muita consciência de seu poder, se considera uma pessoa comum. É algo assim. Um médico pode ser muito proeminente, mas pela afeição, pode servir como enfermeiro de seu paciente. Ele pode se rebaixar para fazer tal serviço, por amor e afeição pelo paciente, mas mesmo assim ele é grandioso. Essa é a bela natureza da vida em Vrindavana. É grande sem a atitude, os ares de grandeza. Embora sejam realmente grandiosos, aparentam simplicidade. O poder revestido em afeição e amor, expresso em humildade: isso é VRINDAVANA. E isso também é NAVADVIPA.”
Por Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
Jay Srila Bhakti Raksaka Sridhara Gosvami Maharaja ki! Jay!